19/03/2012

Viver com não minimalistas

Destralhar, simplificar, minimizar, é tudo muito bonito e fácil quando uma pessoa vive sozinha ou com alguém que está na mesma onda... Mas quando o resto da família não está para aí virado, tentar destralhar e simplificar o espaço à nossa volta pode ser exasperante. Aqui, felizmente, não falo por experiência própria, pois o meu companheiro já era minimalista sem o saber (ele só acumula ferramentas e coisas dessas, mas está quase tudo devidamente arrumado na cave) e a única coisa que ele referia quando eu andava em destralhamentos era o dinheiro todo que eu tinha gasto nas coisas que agora estava a jogar fora... mas isso é um bom lembrete para quando me der vontade de comprar coisas que não preciso (sobretudo roupa e sapatos).

Seja como for, aqui ficam algumas ideias para simplificar e minimizar uma casa partilhada com não-minimalistas.

1. Preocupe-se primeiro consigo
Destralhe a sua mesa de cabeceira, as suas gavetas da cómoda e o seu lado do armário. Destralhe a sua secretária e os outros sítios onde tem as suas coisas. Se a cozinha pertence ao seu domínio, aproveite e destralhe-a também. Preocupe-se primeiro consigo, com as suas coisas, com a sua tralha.

2. Seja o exemplo a seguir 
Ao destralhar as suas coisas, está a dar o exemplo aos restantes membros do agregado familiar. Pode ser que eles vejam e compreendam as maravilhas da simplicidade e decidam seguir o seu exemplo. Mas não imponha nada a ninguém. Vá destralhando a sua parte, dê pequenos passos, mostre como é mais feliz assim, e pode ser que arranje seguidores.

3. Estabeleça limites
Não deixe que as suas gavetas vazias ou o espaço vazio na sua secretária seja ocupado por coisas de outras pessoas! A tralha tem a capacidade de se expandir para ocupar o espaço disponível, por isso tem que estabelecer limites e ser muito firme. O espaço, vazio ou não, continua a ser seu, por isso não é para ser ocupado pela tralha dos outros!

4. Respeite o espaço dos outros
Da mesma forma que o seu espaço deve ser respeitado, não imponha a sua vontade de destralhar aos outros.  Destralhe as suas coisas, as coisas comuns se conseguir, mas se tem um marido que guarda todos os cabos e demais parafernália informática ou uma mulher que ocupa o armário da casa de banho com dezenas de vernizes que não usa, deixe estar... (ah, exemplo tão preconceituoso...) Pode ser que, olhando para o seu exemplo, eles percebam um dia que não precisam dessa tralha para nada.

5. Peça ajuda
Peça ajuda aos seus familiares para destralhar e organizar as coisas em casa. Faça-os ver que não precisam de tantos pratos e tantos tachos e que, com menos coisas, é muito mais fácil manter a casa limpa e arrumada. Nunca recebem ninguém em casa porque têm vergonha da constante desarrumação? Aqui está um bom motivo para destralhar!

6. Eduque
Fale com os seus familiares sobre vida simples, minimalismo, vantagens de viver com menos tralha. Ofereça-lhes o meu livro! Leia-lhes este blog! Faça uso das suas capacidades de persuasão. 
Aqui ficam alguns posts que podem ser úteis:



8 comentários:

  1. Para ser franca tenho um pouco esse problema, mas acho que se está a alterar aos poucos. Gostei muito das tuas dicas, creio que me vão ajudar.

    Ah! E o meu marido também me lembra do dinheiro que gastámos nisto e naquilo... Não me surpreende, pois eu própria coloco essa questão.

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  2. Amo este post! O meu companheiro tb é minimalista - agora já sabe - eu é que sou a menina da tralha! Ou melhor, era! De facto este era um post que já faltava! Porque sendo ele minimalista, não gosta de confusão e eu estou naquela fase de puxar tudo cá pra fora, deitar fora e triar. E ele, só de ver, tb diz como o teu 'já viste o dinheiro que gastaste, para agora deitar fora?'.
    Nice, Rita, muito nice!

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  3. Lá por casa o meu companheiro também gosta de espalhar e acumular papeis apesar de que ele aceita bem que quanto menos coisas em casa tivermos melhor.
    Eu comecei então por fazer isso mesmo: começar com as minhas coisas. Quantas eu já me desfiz delas, dei, deitei fora, e ontem pensava na questão do dinheiro que se gastou naquilo que agora me desfaço pois sou feliz sem elas.

    Agora também penso duas vezes se compro isto ou aquilo!

    Grata pelas dicas.
    Uma boa semana
    :)

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  4. Olá bom dia, na minha experiência de destralhamento joguei muita coisa fora, essencialmente coisas não tinham utilidade, nem para mim nem para outras pessoas, dei muita coisa e quando penso que pode ser útil a outra pessoa já não fico a pensar no dinheiro que me custou! O meu marido não é nada minimalista gosta de guardar tudo e mais umas botas (como eu lhe costumo dizer) de forma que tenho feitos as coisa de acordo com o ponto 4!
    Essencialmente noto uma grande diferença na forma como encaro novas aquisições, penso várias vezes e tento (com bastante sucesso)transmitir isso.
    Iniciei também o destralhamento (adoro esta palavra!!!) de enumeras caixas que tinha na casa dos meus pais com coisas da adolescência, walking down memory lane.

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  5. rita, mais um excelente post!!!

    cá por casa, terminei o "destralhamento" do quarto, com roupa do marido incluida (inacreditável a quantidade de boxers novos que simplesmente não lhe serviam e camisolas de malha novas que nem estreou e que agora lhe estão a nadar pois perdeu peso...). ele tem esse problema de dar o que acha que um dia pode dar jeito, mas temos a "sorte" de termos uma vizinha que trabalha numa associação humanitária e que aceita a roupa/artigos de casa. ou seja, de cada vez que tenho um saco de coisas para dar deixo à porta dela, assim já não há a tentação de voltar a por no armário.

    tenho outras coisas (como relogios ja avariados) que tenho pena de deitar fora, mas nao faz sentido guardar nem dar porque não funcionam. segui o teu exemplo e pus à venda num site a preço simbolico e não é que já arranjei comprador? como quero mudar a decoração do quarto, esses euros sempre ajudam (aliás a ideia é não gastar muito dinheiro e redecorar o quarto com o menos gasto possivel).

    próximo etapa: destralhar o armário dos livros ;)

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  6. Olá Rita!
    Cá estou eu a comentar mais uma vez. Este fim-de-semana li bastante do livro que recomendaste, o "Eat that Frog". Aquilo é uma verdadeira injecção de energia, uma pessoa está a ler e só se quer levantar para arrumar o armário da cozinha, limpar os canos do lavatório, ir para o trabalho arrumar a bancada (eu não tenho secretária), enfim.. Hoje estava a adiar umas coisas que tinha MESMO de fazer, ou vá, que devia fazer o quanto antes para me tirar o peso de cima. Então repeti para mim mesma "eat that frog, eat that frog, eat that frog". Não sei quanto tempo vai durar, mas já melhorou o meu dia de hoje!

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  7. Ah, os meus espaços recém-destralhados serem invadidos por tralha alheia! ahahaha
    Mas é que é mesmoooo. A tralha aqui em casa é esperta e manhosa, parece que quando viramos costas, passa de fininho para os espaços acabadinhos de arrumar por mim.
    Eu já disse ao meu namorado que leia o teu blog. Foi mesmo assim.
    "Olha, é para leres aquele blog que eu gosto, o do minimalismo". (a ver se o seduzo com a ideia)
    Mas isto vai aos poucos. eheheh

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  8. Olá Rita,
    Obrigada pela resposta em modo post de uma dúvida que coloquei há dias, foi mesmo muito útil e já ando a tentar que mais pessoas da família se aproximem do conceito "minimalismo". Isto demora mais vai :) ! O teu blog e conselhos são óptimos, obrigada mais uma vez e votos de sucesso.

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Obrigada pelo comentário!

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