01/02/2013

A vida simples de pessoas reais - Luísa

Busy woman, stripy cat – and me

Há dias, num e-mail que troquei com a minha irmã, coloquei um link para The busy woman and the stripy cat. Comentário: “Destralhar? Mas qual tralha? Até não tens muita…”

Destralhar é um conceito que descobri aqui e me fez pensar o meu espaço e objectos de forma diferente. Até aqui, tralha era apenas uma forma de expressão, uma espécie de insulto, um desabafo contra os objectos quando tropeçava neles. Agora trato a minha tralha por “tu”. Tenho-lhe até bastante respeito. Considero que tralha é um estado pelo qual as coisas podem passar. A minha tralha pode ser o objecto para outro alguém. Da mesma forma que as coisas de hoje são em potência a tralha do amanhã. Em suma, passei a gostar mais da tralha. E aprendi também formas expeditas de me livrar dela.

Não sou minimalista, ou nunca tinha pensado em sê-lo – nem posso sequer dizer que procuro sê-lo. Digo apenas que, analisando a minha realidade, assumir-me como minimalista implicaria uma mudança bem menos complexa do que aquela que a Rita relata ter feito.

A vida acontece cheia de previstos, imprevistos, voltas e reviravoltas. Muitas vezes planeamos e sai tudo ao contrário. Porque não tirámos bem as medidas, ou não fizemos bem as contas, ou era de todo impossível antever que ira acontecer daquela maneira.

Mas é bom ter projectos. E a vida quotidiana, com todas as tarefas necessárias, que fazem parte, que a compõem e que em grande medida não escolhemos fazer, mas estão lá, essa vida quotidiana como um projecto em construção, com objectivos e metodologias pensados, é talvez aquilo que mais me atrai em The busy woman and the stripy cat. Creio que esta é a forma como o blog da Rita até agora mais influenciou a minha vida. Qualquer área da vida pode ser objecto de um projecto. E qualquer projecto, quando não funciona, deve ser revisto. Tão importante como os conceitos, é a filosofia do refazer, repensar o plano, analisar o que não funcionou e reformular. Pesquisar novos modos, novas ferramentas. E de seguida testar, analisar o resultado, e prosseguir – ou não. E não desistir de um projecto sem antes o reavaliar. Encarar a vida quotidiana como quem faz ciência.

Depois, há tudo aquilo que interessa à Rita, e que ela pesquisa e partilha. The busy woman and the stripy cat é também uma janela aberta, a partir da qual acabo por descobrir muito mais, muito para além da dimensão do próprio blog. Muitas dessas coisas considero interessantes, úteis, boas ideias. Muitas trago para mim. Outras são apenas isso, ideias, que por algum motivo não fazem sentido na minha realidade.

E para além das ideias, na prática? Bem, na prática não é fácil, do pensar ao fazer vai uma imensidão. O tempo é curto e a disponibilidade também escasseia. Vivo em Faro e trabalho fora, pelo que saio bem cedo e volto ao final da tarde. Ao horário full-time acresce 1 hora diária em deslocações, e quando chego a casa procuro dilatar ao máximo o tempo de qualidade em família, reservando para mim uma fracção ínfima das 24 horas diárias.

Mas mais organização e simplificação permitem mais tempo livre – num projecto global que em última instância irá permitir gerar tempo e espaço para… novos projectos. 

Luísa Cunha


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Queres participar? Envia-me um texto a contar a tua jornada em direcção a uma vida mais simples e de que forma este blog te influenciou, para o email rita (at) busywomanstripycat.com. Obrigada!

3 comentários:

  1. Gostei! Obrigada pela partilha. Realmente cada pessoa tem a sua forma de ver e sentir o minimalismo :)

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  2. Obrigada eu - pela publicação, e pelos comentários :)

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Obrigada pelo comentário!

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